Direitos e constragimento

Divulgação dos áudios de Reinaldo Azevedo gera discussões sobre direitos dos jornalistas


O jornalista Reinaldo Azevedo teve suas conversas com a Andrea Neves, irmã de Aécio Neves, grampeadas, e na quarta-feira (23), esses diálogos foram publicadas pelo site BuzzFeed. Na conversa divulgada, Reinaldo critica o andamento da lava-jato e comenta possibilidades do cenário político com Andrea. Logo após vazamento, o jornalista pediu demissão e fez um pronunciamento pelo seu blog, no site da revista Veja.

Eugênio Bucci, professor na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP), colunista da revista Istoé, esteve presente na rádio CBN na manhã desta quinta (24) e falou sobre o fato. Para ele, a exposição do áudio foi injustificável, uma vez que não há conexão entre conversa e investigação.

O colunista defende a legalidade da gravação, já que Andrea estava sendo investigada, mas para ele, a exposição foi desnecessária. Eugênio ainda explicou que a crítica nada tem a ver com insatisfação à Lava Jato, mas sim com a função da democracia. “Criticar não significa invalidar a operação”, disse o professor, que é defensor desse direito. Para ele, a divergência é o oxigênio da democracia.

A Constituição Federal garante ao profissional de comunicação o sigilo da fonte. Eugênio criticou violação: “Reinaldo Azevedo sofreu uma violência”, afirmou.

O professor cita que a todo tempo informações chegam a conhecimento da imprensa por meio de fontes que não podem ser identificadas, portanto, o sigilo é fundamental para o exercício da prática jornalística. E mais, para ele, a população também sofre as consequências desse tipo de invasão, pois depende muito das informações fornecidas pela mídia para estar a par das informações que acontecem diariamente no país.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Estagiária Caroline Queiroz