Desemprego sobe a 7,5% em julho, o maior para o mês desde 2009, diz IBGE

Considerando todos os meses, essa foi a maior taxa em mais de cinco anos. Em março de 2010, o desemprego foi de 7,6%, e, em maio daquele ano, foi de 7,5%. Desde junho de 2010, o desemprego não chegava a 7%.

O desemprego subiu a 7,5% em julho, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), sétima alta seguida e a maior taxa para o mês desde 2009, quando foi de 8%.

Considerando todos os meses, essa foi a maior taxa em mais de cinco anos. Em março de 2010, o desemprego foi de 7,6%, e, em maio daquele ano, foi de 7,5%. Desde junho de 2010, o desemprego não chegava a 7%.

Na comparação com junho deste ano, quando foi de 6,9%, o desemprego ficou 0,6 ponto percentual maior. Em relação a julho do ano passado, quando foi de 4,9%, o aumento foi de 2,6 pontos percentuais.

Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (20) e fazem parte da PME (Pesquisa Mensal de Emprego). A PME é baseada nos dados das regiões metropolitanas de Recife, Belo Horizonte, São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

O IBGE considera desempregado quem não tem trabalho e procurou algum nos 30 dias anteriores à semana em que os dados foram coletados.

Desemprego superou expectativas
O desemprego em julho ficou maior do que o esperado por analistas. Pesquisa da Reuters indicou que, pela mediana das previsões de 16 analistas consultados, a taxa subiria a 7,05%. As estimativas variaram entre 6,8% e 7,2%.

Já o Valor Data previu um desemprego de 7%, baseado na análise de 17 consultorias e instituições financeiras. A projeção mais pessimista era de um nível de desemprego de 7,2%.

Aumenta número de pessoas procurando trabalho
O número de pessoas à procura de trabalho aumentou nas grandes regiões metropolitanas do país, mas o mercado não gerou vagas suficientes para essas pessoas e ainda demitiu outro tanto de trabalhadores, o que elevou o desemprego.

A população desempregada foi estimada em 1,8 milhão de pessoas, com 158 mil pessoas a mais do que em junho, aumento de 9,4%, e 662 mil pessoas a mais do que em julho de 2014, aumento de 56%.

A população ocupada e a população não economicamente ativa (pessoas que estão fora da força de trabalho), ficou estável nas duas comparações.

Em um ano, cai rendimento e número de carteiras assinadas
De acordo com a pesquisa, o número de pessoas com carteira de trabalho assinada no setor privado diminuiu 1,5% na comparação mensal e 3,1% em um ano, chegando a 11,3 milhões de pessoas.

O rendimento médio real (ajustado pela inflação) dos trabalhadores em julho foi de R$ 2.170,70. Segundo o IBGE, ficou estatisticamente estável na comparação com junho, quando era de R$ 2.163,54, e diminuiu 2,4% em relação ao mesmo mês de 2014, quando era de R$ 2.223,87.

Desemprego aumentou em todas as regiões
Todas as regiões pesquisadas tiveram aumento significativo no desemprego na comparação anual, segundo o IBGE. Em Salvador, passou de 8,9% para 12,3%; São Paulo, de 4,9% para 7,9%; Recife, de 6,6% para 9,2%; Rio de Janeiro, de 3,6% para 5,7%; Belo Horizonte, de 4,1% para 6% e em Porto Alegre, de 4,3% para 5,9%.

IBGE tem duas pesquisas mensais de desemprego
Além da PME, o IBGE também divulga mensalmente a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua Mensal. Segundo o instituto, ela é mais abrangente do que a PME, porque são pesquisados 211.344 domicílios particulares permanentes distribuídos em cerca de 3.500 municípios pelo país.

Na última, divulgada no mês passado, com dados do trimestre terminado em maio, o desemprego subiu para 8,1%.

(Com agências)