Assédio não

Conhecido pela paquera, bloco cria pulseira contra assédio e intolerância

Nem só de romance vive um bloco de carnaval. Nem aqueles que levam o beijo no nome, como o Me Beija Que Eu Sou Cineasta. O grupo de profissionais do cinema costuma desfilar na Quarta-feira de Cinzas e é famoso pelo clima de paquera, mas não tem só isso para oferecer: além das tradicionais pulseiras de quatro cores diferentes para orientar quem está disposto a beijar na boca, o bloco vai lançar uma nova opção do acessório para transmitir uma mensagem contra o assédio e o preconceito. Conforme revelou a coluna Gente Boa, do Globo, a pulseira dourada com os dizeres “Me respeite” será a grande novidade do ano para os foliões do Me Beija.

Cineasta fundadora do bloco, a pernambucana Natara Ney acredita que a nova pulseira é um desdobramento da mensagem que o bloco já procurava passar desde 2005, quando lançou os acessórios. Segundo ela, a simpatia do bloco da Cinelândia ao público LGBT foi o primeiro motivo para que as pulseiras existissem.

— Sempre foi uma forma de sermos cada vez mais inclusivos. O ponto é que quem quiser beijar tem o direito e quem não quiser, também. Por isso estamos lançando a pulseira dourada. O desejo e o não desejo são igualmente importantes — explica Natara, que se reúne com os amigos de profissão desde 2005 para celebrar o carnaval.

Além da dourada, as pulseiras têm as cores azul (para homens, mulheres e trans que só beijam outros homens), vermelha (para homens, mulheres e trans que só beijam outras mulheres), verde (para quem topa beijar homens e mulheres) e preta (para quem beija “qualquer coisa que respira”, em homenagem à pansexualidade do rockeiro Serguei).

As pulseiras custam entre R$ 0,50 e R$ 2 e é o folião quem decide quanto pode doar. Após o carnaval deste ano, o dinheiro arrecadado com a venda será revertido para a Casa Luana Muniz, que foi fundada pela travesti ícone da Lapa e acolhe travestis, prostituas, portadores de HIV e pessoas em situação de rua num casarão do bairro. Serão vendidos mil exemplares do acessório.

Para a assistente social Marcelle Esteves, ideias como a do Me Beija Que Eu Sou Cineasta dialogam contra uma falsa sensação de liberdade absoluta que circula durante o carnaval. Marcelle é vice-presidente do Grupo Arco-Íris, responsável pela Parada LGBT do Rio, e acredita que iniciativas como essa devem fazer parte de outros cortejos da folia.

— Blocos como esse favorecem o respeito, que é fundamental para a diversão. Há uma falsa sensação de que podemos fazer tudo no carnaval, inclusive assediar alguém no bloco e cantar uma marchinha que faz chacota com alguém. É bom que tenhamos blocos ligados ao respeito, ao empoderamento, ao direito e à cidadania — comenta Marcelle.

Nem só de romance vive um bloco de carnaval. Nem aqueles que levam o beijo no nome, como o Me Beija Que Eu Sou Cineasta. O grupo de profissionais do cinema costuma desfilar na Quarta-feira de Cinzas e é famoso pelo clima de paquera, mas não tem só isso para oferecer: além das tradicionais pulseiras de quatro cores diferentes para orientar quem está disposto a beijar na boca, o bloco vai lançar uma nova opção do acessório para transmitir uma mensagem contra o assédio e o preconceito. Conforme revelou a coluna Gente Boa, do Globo, a pulseira dourada com os dizeres “Me respeite” será a grande novidade do ano para os foliões do Me Beija.

Cineasta fundadora do bloco, a pernambucana Natara Ney acredita que a nova pulseira é um desdobramento da mensagem que o bloco já procurava passar desde 2005, quando lançou os acessórios. Segundo ela, a simpatia do bloco da Cinelândia ao público LGBT foi o primeiro motivo para que as pulseiras existissem.

— Sempre foi uma forma de sermos cada vez mais inclusivos. O ponto é que quem quiser beijar tem o direito e quem não quiser, também. Por isso estamos lançando a pulseira dourada. O desejo e o não desejo são igualmente importantes — explica Natara, que se reúne com os amigos de profissão desde 2005 para celebrar o carnaval.

Além da dourada, as pulseiras têm as cores azul (para homens, mulheres e trans que só beijam outros homens), vermelha (para homens, mulheres e trans que só beijam outras mulheres), verde (para quem topa beijar homens e mulheres) e preta (para quem beija “qualquer coisa que respira”, em homenagem à pansexualidade do rockeiro Serguei).

As pulseiras custam entre R$ 0,50 e R$ 2 e é o folião quem decide quanto pode doar. Após o carnaval deste ano, o dinheiro arrecadado com a venda será revertido para a Casa Luana Muniz, que foi fundada pela travesti ícone da Lapa e acolhe travestis, prostituas, portadores de HIV e pessoas em situação de rua num casarão do bairro. Serão vendidos mil exemplares do acessório.

Para a assistente social Marcelle Esteves, ideias como a do Me Beija Que Eu Sou Cineasta dialogam contra uma falsa sensação de liberdade absoluta que circula durante o carnaval. Marcelle é vice-presidente do Grupo Arco-Íris, responsável pela Parada LGBT do Rio, e acredita que iniciativas como essa devem fazer parte de outros cortejos da folia.

— Blocos como esse favorecem o respeito, que é fundamental para a diversão. Há uma falsa sensação de que podemos fazer tudo no carnaval, inclusive assediar alguém no bloco e cantar uma marchinha que faz chacota com alguém. É bom que tenhamos blocos ligados ao respeito, ao empoderamento, ao direito e à cidanania — comenta Marcelle.

MUSA VAI DESFILAR EM CADEIRA DE RODAS

Além do pedido por mais tolerância às diferenças sexuais, religiosas e de nacionalidades, o Me Beija Que Eu Sou Cineasta vai ressaltar a necessidade de inclusão para pessoas com decificiência e com dificuldades de mobilidade. Eleita por uma votação nas redes sociais, a musa Flavia Candida sofreu um acidente no ano passado às vésperas da folia do ano passado e vai precisar desfilar numa cadeira de rodas. A ideia da pulseira que pede por respeito agrada a foliã, que também trabalha com cinema.

— Acredito que a pulseira nova contempla quem tem problemas de locomoção também. Até porque, a coordenação do bloco está promovendo ajustes para permitir que eu esteja presente com segurança. É uma energia de amor e respeito ao próximo — comenta.

Entre as adaptações, a organização do desfile vai providenciar uma autorização para que um carro possa deixar Flavia na Rua Álvaro Alvim, em frente Teatro Rival, onde o bloco se concentra. Carros não costumam circular no local, mas em respeito à nova musa, a coordenadora Natara está à procura de uma solução.

— A condição em que a Flavia está agora, numa cadeira de rodas, não anula a mulher que ela é. É uma dificuldade, mas todo mundo a respeita e a quer sempre por perto — finaliza a organizadora.

O Me Beija Que Eu Sou Cineasta desfila às 9h da Quarta-Feira de Cinzas. O grupo sai do Teatro Rival, desfila no entorno da Praça Floriano, na Cinelândia, e volta para a Rua Álvaro Alvim.

Além do pedido por mais tolerância às diferenças sexuais, religiosas e de nacionalidades, o Me Beija Que Eu Sou Cineasta vai ressaltar a necessidade de inclusão para pessoas com deficiência e com dificuldades de mobilidade. Eleita por uma votação nas redes sociais, a musa Flavia Candida sofreu um acidente no ano passado às vésperas da folia do ano passado e vai precisar desfilar numa cadeira de rodas. A ideia da pulseira que pede por respeito agrada a foliã, que também trabalha com cinema.

— Acredito que a pulseira nova contempla quem tem problemas de locomoção também. Até porque, a coordenação do bloco está promovendo ajustes para permitir que eu esteja presente com segurança. É uma energia de amor e respeito ao próximo — comenta.

Entre as adaptações, a organização do desfile vai providenciar uma autorização para que um carro possa deixar Flavia na Rua Álvaro Alvim, em frente Teatro Rival, onde o bloco se concentra. Carros não costumam circular no local, mas em respeito à nova musa, a coordenadora Natara está à procura de uma solução.

— A condição em que a Flavia está agora, numa cadeira de rodas, não anula a mulher que ela é. É uma dificuldade, mas todo mundo a respeita e a quer sempre por perto — finaliza a organizadora.

O Me Beija Que Eu Sou Cinesta desfila às 9h da Quarta-Feira de Cinzas. O grupo sai do Teatro Rival, desfila no entorno da Praça Floriano, na Cinelândia, e volta para a Rua Álvaro Alvim.

 

Fonte: Extra
Créditos: Extra