'discurso de ódio atrai violência'

Defesa diz que declarações de Bolsonaro foram 'combustível' para ataque

A estratégia de defesa, segundo ele, é reconhecer a autoria do crime e requerer à Justiça "medidas atenuantes"

A defesa de Adélio Bispo de Oliveira disse nesta sexta-feira (7) que as declarações de suposto cunho racista do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) foram o ‘combustível’ para que ele atacasse o candidato.

Adélio, que deu uma facada no político durante atividade de campanha em Juiz de Fora (MG), teve a prisão preventida decretada nesta sexta e, segundo determinação da Justiça, será transferido para um presídio federal de segurança máxima.

“Foi um combustível. Esse discurso de ódio é que desencadeou essa atitude do nosso cliente”, declarou o advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, um dos quatro representantes jurídicos do suspeito.

O time de defensores viajou a Juiz de Fora depois de um contato de familiares e membros das Testemunhas de Jeová, como explicou Zanone.

Na tarde de hoje, o deputado federal Fernando Francischini (PSL), que participou da audiência de custódia que definiu a prisão preventiva do suspeito, havia insinuado que o agressor, desempregado e de origem humilde, não teria condições para pagar os honorários de quatro advogados. Por esse motivo, o parlamentar levantou suspeita acerca de um possível financiamento do atentado.

A estratégia de defesa, segundo ele, é reconhecer a autoria do crime e requerer à Justiça “medidas atenuantes” em caso de condenação.

“A situação é muito confortável. E não é confortável por uma questão de impunidade. Pelo contrário. Se a defesa vai trabalhar nesse processo, ela vai trabalhar até com o pedido de condenação. Mas um pedido de condenação levando em consideração todas as circunstâncias atenuantes em prol do nosso constituinte.”

Fonte: UOL
Créditos: Hanrrikson de Andrade