"ano perdido"

Monitor do PIB aponta avanço de apenas 1,1% na economia em 2018

Para coordenador do indicador da FGV, número foi muito abaixo do previsto e marca um ano perdido

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 1,1% no ano de 2018, apontou o Monitor do PIB, divulgado nesta terça-feira, 19, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). Segundo a entidade, o resultado é uma constatação de que o ano foi perdido.

 O Monitor do PIB antecipa a tendência do principal índice da economia com base nas mesmas fontes de dados e metodologia empregadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo das Contas Nacionais. O resultado oficial do PIB de 2018 será divulgado no dia 28.

O PIB brasileiro cresceu 1,1% no ano de 2018, apontou o Monitor do PIB, divulgado pelo Ibre/FGV. Foto: Estadão

O coordenador do Monitor do PIB-FGV, Claudio Considera, lembra que o avanço foi muito abaixo do previsto no início do ano. Para ele, o desempenho é decepcionante, levando-se em consideração que houve dois anos consecutivos de forte retração econômica, em 2015 e 2016, seguidos de um início de recuperação, em 2017, com trajetória ascendente. “A economia ainda não se recuperou da recessão iniciada em 2014. Saiu da recessão, mas ainda não se recuperou.”

A forte incerteza que permeou a economia, provocada pela greve dos caminhoneiros e pelo período eleitoral, influenciou o resultado. “Foi um ano perdido”, avaliou Considera.

Apesar do baixo crescimento, todos os componentes da demanda avançaram em 2018. As exportações foram o único componente a crescer menos do que em 2017. Pela ótica da oferta, apenas as atividades de construção (-2,4%) e serviços de informação (-0,1%) tiveram retração em relação a 2017.

No quarto trimestre de 2018, o PIB ficou estagnado em relação ao terceiro trimestre (0,0%). Na comparação com o quarto trimestre de 2017, houve avanço de 1,0%. A indústria, porém, encolheu em ambas as comparações, ressaltou a FGV.

“Há vários indicadores antecedentes para janeiro (de 2019) que não são bons”, lembrou Considera, citando a queda na produção de automóveis e no consumo de papel ondulado.

Fonte: Estadão
Créditos: Daniela Amorim