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Cresce o número de mulheres investidoras na Bolsa e no Tesouro Direto

O mesmo fenômeno de crescimento também é visto nos números de investidores do Tesouro Direto, um dos programas mais populares de investimento no Brasil.

Elas ainda são minoria no mercado financeiro. Os avanços existem, mas são lentos. No entanto, aos poucos as mulheres se fazem presente nesse universo tão masculino. Nos últimos 15 anos, o número de investidoras na Bolsa de Valores cresceu quase nove vezes. A quantidade de mulheres saltou de 15 mil em 2002 para 141,7 mil em 2017. No mesmo período, a parcela de homens passou de 70,2 mil para 477,8 mil, quase quatro vezes mais do que elas.

O mesmo fenômeno de crescimento também é visto nos números de investidores do Tesouro Direto, um dos programas mais populares de investimento no Brasil. Entre 2013 e o ano passado, a quantidade de mulheres quase dobrou, saindo de 80,5 mil para 155,5 mil, o que significou um avanço de 93,1%. Na mesma época, o número de homens cresceu menos, apenas 37,7%, subindo de 297,6 mil para 410,1 mil, mas ainda assim é mais representativo.

Entretanto, quando se leva em consideração um intervalo mais curto, os números são menos animadores. As mulheres representavam 24,1% do total de investidores no Tesouro Direto em dezembro de 2016 e passaram a ser 27,5% em dezembro do ano passado, o que significou uma participação recorde, conforme a Secretaria do Tesouro Nacional. Em contrapartida, a participação feminina na Bolsa caiu 8,8% no último ano, apesar da parcela de homens ter subido 10%.

“Os estudos mostram que os próprios gerentes e assessores oferecem produtos mais conservadores às mulheres, sendo que elas também assumem riscos. Elas apenas gostam de entender sobre esses riscos antes de investir, o que na verdade deveria ser a prática para todos”, diz Luciana Seabra , CFP® responsável pela série Os Melhores Fundos de Investimento , da Empiricus.

MOTIVOS PARA ELAS INVESTIREM

Luciana destaca que não faltam motivos para as mulheres investirem. “Os dados mostram que nós vivemos mais, ganhamos menos, estamos mais sujeitas ao desemprego e interrompemos mais a carreira, seja para cuidar dos filhos, seja para assistir um ente querido. Ter tranquilidade financeira para lidar com esses momentos é crucial”, diz.

Os números corroboram a observação da especialista da Empiricus De acordo com dados do IBGE de 2016, as mulheres brasileiras vivem 7,2 anos a mais do que os homens. E segundo o Relatório Global Gender Gap, do Fórum Econômico Mundial, as mulheres ganham 58% menos que os homens para fazer a mesma jornada e tipo de serviço.

“Além disso, há uma crença infundada de que mulher apenas gasta e não sabe investir. Na verdade, ela investe diferente do homem”, esclarece Luciana. Uma pesquisa conduzida por Terrance Odean e Brad Barber, da Universidade da Califórnia, analisou 37.664 famílias de uma grande corretora de varejo durante seis anos. As mulheres eram minoria, como em geral são no mercado financeiro – 21% do total.

Os dois pesquisadores perceberam que os investidores reduziam seus retornos ao girar muito a carteira, ou seja, vender e comprar com frequência. E quem fazia mais esse troca-troca, tão nocivo ao portfólio, eram os homens, que giravam a carteira 45% mais do que as mulheres e dessa forma tinham um rendimento menor.

Este é um comportamento de investimento que pode funcionar tanto para eles quanto para elas. A estratégia de um dos maiores investidores do mundo foi comparada ao comportamento de investimento de uma mulher no livro “Warren Buffett Investe como as Mulheres – Descubra como o Maior Investidor do Mundo usa o Instinto Feminino na Hora de Decidir”, da americana Louann Lofton.

“As mulheres devem começar a cuidar do próprio dinheiro e investir desde cedo, ou correrão o risco de se tornarem dependentes depois de uma longa vida de trabalho e dedicação”, alerta a especialista.

Fonte: Ekonomy
Créditos: Ekonomy