A arma é de uso da mãe

Vídeo mostra desespero de alunos de escola em Goiânia ao fugir de atirador - VEJA VÍDEO

O atirador disparou pelo menos 11 vezes contra os colegas de sala de aula. Matou dois adolescentes de 13 anos: João Pedro Calembo, com quem tinha uma desavença de adolescente e de quem diz ter escutado ofensas, numa prática de bullying, e João Vitor Gomes, amigo do atirador e vítima dos disparos a esmo. Depois de atirar na primeira vítima, o adolescente disse que ia matar todo mundo. Outros quatro jovens ficaram feridos. Uma adolescente foi atingida por três tiros e está em estado gravíssimo.

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GOIÂNIA – O pânico dos alunos do Colégio Goyases foi traduzido e materializado em imagens em razão das oito câmeras instaladas numa loja de guloseimas e fantasias ao lado da escola, a Festas e Doces. É na loja de Eliana Rodrigues, de 39 anos, que dezenas de estudantes buscaram refúgio logo após o tiroteio dentro da sala de aula do 8º ano do ensino fundamental. Entre os que correram para lá estavam dois feridos à bala: um adolescente, ferido nas costas, e uma garota, com ferimento na mão.

As câmeras começam a registrar o pânico de meninos e meninas às 11h52m de sexta-feira. Nas imagens está a própria dona da Festas e Doces, que acabara de buscar os dois filhos, de 8 e 10 anos de idade, na mesma escola. Os dois são alunos do Colégio Goyases. Os filhos já estavam salvos, mas a correria após uma rajada de disparos deixou Eliana confusa. Por um momento, ela pensou que os filhos ainda poderiam estar na escola.

Logo em seguida a Eliana chegam os dois adolescentes feridos. É possível ver o ferimento à bala nas costas de um deles. A menina tem a mão ensanguentada. Depois, aparecem as crianças menores, com suas mochilas de rodinha. Todos buscaram refúgio dentro da Festas e Doces.

Os meninos se abrigaram nos corredores da loja, dentro do banheiro, no escritório usado por Eliana. A Polícia Militar (PM) chegou cerca de 25 minutos depois, assim como o Corpo de Bombeiros. O adolescente foi levado ao hospital pelo próprio pai.

– Aqui foi o único lugar para eles se refugiarem. Os dois lados ficaram lotados de crianças. Ficaram umas 50 pessoas dentro da loja, entre pais e alunos. E isso foi dois minutos depois de eu buscar meus filhos nesse mesmo colégio – conta Eliana.

O atirador disparou pelo menos 11 vezes contra os colegas de sala de aula. Matou dois adolescentes de 13 anos: João Pedro Calembo, com quem tinha uma desavença de adolescente e de quem diz ter escutado ofensas, numa prática de bullying, e João Vitor Gomes, amigo do atirador e vítima dos disparos a esmo. Depois de atirar na primeira vítima, o adolescente disse que ia matar todo mundo. Outros quatro jovens ficaram feridos. Uma adolescente foi atingida por três tiros e está em estado gravíssimo.

Após os disparos, os alunos correram para o corredor. O adolescente recarregou a arma, um revólver .40, e seguiu ao corredor, quando foi convencido pela coordenadora a desistir de mais disparos. Com conversa, ela conseguiu dissuadir o garoto de descarregar um segundo cartucho do revólver .40, inclusive contra a própria cabeça.
A arma é de uso da mãe, sargento da Polícia Militar (PM) de Goiás. O pai é major da PM. O revólver tem o símbolo da polícia. O atirador entrou na escola com a arma na mochila. Segundo relatos de testemunhas, depois de um disparo dentro da própria mochila e de um tiro para o alto, o estudante mirou em Calembo.

 

Fonte: OGLOBO