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Senado aprova regras para ajuda a imigrantes no Brasil

Medida provisória foi assinada em fevereiro pelo governo em meio ao grande fluxo migratório de venezuelanos que chegam ao Brasil por Roraima. Texto segue para sanção de Temer

O Senado aprovou nesta terça-feira (12) uma medida provisória (MP) que define as ações de assistência emergencial a imigrantes. O texto segue para sanção.

A medida foi assinada pelo presidente Michel Temer em fevereiro deste ano em meio ao grande fluxo migratório de venezuelanos que chegam ao Brasil por Roraima.

O estado enfrenta dificuldades para lidar com a chegada desordenada de cidadãos da Venezuela, que passa por crises econômica, social e política.
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Por se tratar de uma MP, o texto está em vigor desde que foi editado, mas precisava ser aprovado pelo Congresso para ter força de lei. A Câmara já havia analisado a medida na semana passada.
Entre os objetivos da MP, está a ampliação de políticas, entre as quais:
Proteção social (conjunto de medidas para prevenir e remediar situações de vulnerabilidade e de risco pessoal que impliquem violação de direitos humanos);
Atenção à saúde;
Oferta de atividades educacionais;
Formação e qualificação profissional;
garantia dos direitos humanos;
Segurança pública e fortalecimento do controle de fronteiras;
Interiorização no território nacional e repatriamento de imigrantes.

O texto, no entanto, prevê que a transferência para outro ponto do território nacional, para outro país ou o retorno ao país de origem dependerá de consentimento prévio do imigrante assistido.

Segundo a MP, o governo federal poderá, juntamente com estados e municípios, propor cotas de absorção de imigrantes para cada ente federativo.
Comitê

A MP também criou o Comitê Federal de Assistência Emergencial para o acolhimento dos imigrantes. Entre as atribuições do comitê, estão:
Estabelecer diretrizes e ações prioritárias da administração pública federal para a execução das medidas de ajuda emergencial;
Representar a União na assinatura de termos de cooperação a serem assinados com os estados que queiram aderir às medidas de assistência;
Promover e articular a participação de entidades e organizações da sociedade na execução do apoio emergencial;

Contratos sem licitação

O texto autoriza a União a aumentar o repasse de recursos para os fundos estaduais e municipais de saúde, educação e assistência social dos estados e municípios afetados pelo fluxo migratório.
A medida também prevê, em razão do caráter emergencial das medidas, que os órgãos do governo federal priorizarão procedimentos e formas de transferência de recursos e de contratação “mais céleres”.

A MP abre, ainda, a possibilidade de estados e municípios afetados pelo fluxo de imigrantes fazerem contratação da forma direta, ou seja, sem licitação.

Sobre recursos, a proposta prevê que as verbas liberadas pelo governo serão, prioritariamente, aplicadas em ações de serviços de saúde e segurança pública.

A MP prevê ainda a possibilidade de a União prestar cooperação humanitária, sob a coordenação do Itamaraty, a países que enfrentem conflitos armados, desastres naturais, insegurança alimentar ou outra situação de vulnerabilidade.
‘Jabutis’

Durante a análise da MP na Câmara, os deputados retiraram, após acordo de líderes, trechos que não tinham relação com a proposta original.
Os “jabutis” – como são chamados esses acréscimos – estabeleciam prazo de 30 dias para a Fundação Nacional do Índio (Funai) se manifestar sobre estudos ambientais em terras indígenas.

Fonte: G1
Créditos: G1