Votação nessa quarta

Projeto de terceirização abre espaço para fim de 'monopólio' dos sindicatos

Se o projeto de lei sobre a terceirização for aprovado na Câmara, outra mudança na organização do trabalho poderá ser antecipada: a reforma sindical.

Não existe lei a respeito da terceirização, mas uma súmula do TST sobre o assunto.

Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, deve levar uma proposta do Executivo sobre o tema a votação nesta quarta-feira (22).

Caso o texto seja aprovado, trabalhadores de diferentes empresas prestarão serviços em um mesmo ambiente.

Será comum que um espaço tenha pessoas que são representadas por várias organizações sindicais.

“A consequência é a pulverização, em uma mesma empresa, de sindicatos”, diz Caroline Marchi, sócia do Machado Meyer. Com isso, poderá haver preferência de profissionais por um representante.

Hoje, a unicidade, conceito semelhante a um monopólio pelo qual um só sindicato representa uma categoria, proíbe que trabalhadores escolham seu órgão.

“Haverá diferenças de direitos que cada profissional tem e poderá ocorrer migração de quem se sentir prejudicado”, diz Marcello Della Monica, sócio do Demarest.

Sindicalistas não discutem reformas desde 2005, diz Clemente Lucio Ganz, diretor do Dieese (departamento intersindical de estudos).

“Não se sabe o que pode resultar [do projeto do Executivo]. As indicações são de que ele forçará uma mudança na organização sindical.”

Movimentação de contêineres em portos caiu 4% em 2016, diz entidade

O fluxo de contêineres nos portos brasileiros caiu 4% em 2016, segundo a Abratec (associação do setor).

“A economia brasileira e a indústria perderam força e os terminais refletem isso”, diz Sérgio Salomão, presidente-executivo da entidade, que representa empresas arrendatárias de terminais portuários.

“Não há uma projeção, mas neste ano prevemos um reaquecimento do setor. Somos responsáveis por 70% da movimentação de contêineres nos portos do país e, mesmo com a crise, as companhias não adiaram obras e aportes.”

O porto de Itajaí (SC) foi beneficiado por exportações no ano passado e foi um dos poucos que tiveram alta -em torno de 10%, afirma o superintendente Marcelo Salles.

Nos dois primeiros meses do ano, o volume de cargas que passou pelo complexo catarinense aumentou 7%, na comparação com o mesmo período de 2016. “Projetamos um crescimento em torno de 15% em 2017”, afirma.

O porto de Rio Grande (RS) também terá uma melhora, segundo o diretor Darci Tartari.

“Sofremos pouca variação nos últimos anos. Com uma leve recuperação da indústria, prevemos um incremento e deveremos chegar a um nível similar ao de 2015.”

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Em aberto

O número de vagas para profissionais de marketing aumentou 40% nos dois primeiros meses de 2017 em relação ao primeiro bimestre do ano passado, diz a Michael Page, empresa de recrutamento.

No segmento de vendas, o crescimento foi de 22%. Os setores que mais contrataram foram TI, saúde, bens de consumo, agro, startups, fintechs e indústrias de base.

O resultado indica que as companhias estão se preparando para uma recuperação econômica, diz Ricardo Basaglia, diretor da consultoria.

“Nenhuma empresa quer deixar espaço para a concorrente ganhar participação em um mercado que tende a aumentar”, afirma.

No varejo, a melhora ainda deve demorar. “É pouco provável que o segmento atinja, a curto prazo, os patamares que tinha há dois anos”, diz.

“A recuperação da economia ocorreu antes da retomada de crédito, e as famílias estão endividadas.”

Tudo no lugar

A UL (Underwriters Laboratories), empresa de capital norte-americano que testa e certifica produtos como eletrodomésticos, vai investir R$ 25 milhões para ampliar sua capacidade produtiva no Brasil e na América Latina.

O aporte havia sido planejado há cinco anos, diz Alvaro Thiessen, presidente para a América Latina, e esse intervalo de tempo até o desembolso já estava programado.

A empresa veio ao Brasil para certificar produtos para exportação, mas ela também passou a fazer testes de acordo com normas do Inmetro.

“Em 2013, a UL comprou um laboratório brasileiro para esse propósito. É essa unidade que, agora, vai passar por uma expansão.”

A empresa certifica que os aparelhos não vão pegar fogo ou machucar usuários.

Óleo no oceano

Quatro empresas –entre elas, a Cargill– são acusadas de crime ambiental no Guarujá (SP) pelo Ministério Público Federal. O órgão pede multa de R$ 2,5 milhões.

Em agosto de 2016, vazaram cem litros de óleo de um navio que era abastecido no porto da cidade. Em casos de crime ambiental, a acusação não precisa provar de quem foi a culpa, diz o procurador Ronaldo Ruffo Bartolomazi.

Por isso, são consideradas rés a proprietária da embarcação, a abastecedora de combustível, a agente marítima (responsável pelo gerenciamento do navio durante a viagem) e a seguradora.

“A responsabilidade nesses casos também é solidária: acionei os quatro, mas é possível que uma empresa só possa pagar pelos demais.”

Em nota, a Cargill informa que ainda não foi notificada do caso. As demais empresas implicadas não foram encontradas pela coluna.

De mal… Embora a China seja o mercado que mais preocupa os exportadores de carne, por ser o maior comprador, a decisão das autoridades de barrar a carga na alfândega foi considerada a menos drástica por alguns deles.

…a pior Dano maior seria a suspensão total de embarques, dizem fontes de empresas do setor. A China aguarda explicações adicionais e fará uma dupla checagem nas cargas.

Primeira vez CNI e congêneres de Argentina, Paraguai e Uruguai assinam em Buenos Aires nesta quarta declaração em apoio à negociação entre Mercosul e União Europeia.

Fonte: UOL