Semana mundial da água

Pesquisadores medem o volume de lixo descartado nos rios e no mar

Na semana mundial da água, um estudo dá a dimensão de um desafio que o Brasil tem pela frente. Pesquisadores estão medindo o volume de lixo descartado nos rios e no mar.

Na semana mundial da água, um estudo dá a dimensão de um desafio que o Brasil tem pela frente. Pesquisadores estão medindo o volume de lixo descartado nos rios e no mar.

Boa parte dos rios do Brasil estão sendo transformados em lixeira. Eles acabam levando para o mar 35 tipos diferentes de resíduos, principalmente plástico.

Um estudo inédito revela que, a cada ano, a quantidade de lixo lançada nos rios e no nosso litoral daria para encher 30 vezes o estádio do Maracanã até o topo.

São dois milhões de toneladas de resíduos.

Santos, no litoral paulista, é primeira cidade do mundo onde essa calculadora de lixo foi utilizada. O resultado é preocupante: 60 toneladas de resíduos por dia vão parar no litoral.

No Rio de Janeiro, a quantidade de lixo abandonada nos rios e no litoral é ainda maior: 190 toneladas por dia. Isso equivale a produção diária de lixo de uma cidade com 185 mil habitantes. Quando todos os resíduos chegam ao mar, inicia-se uma longa viagem pelos oceanos do mundo.

O lixo plástico é o que causa mais preocupação. Segundo a ONU, se nada for feito, até 2050 haverá mais fragmentos de plásticos nos oceanos do que espécies marinhas. Dias atrás, na Islândia, pesquisadores retiraram 40 quilos de plástico do estômago de uma baleia morta.

O Brasil já é o quarto maior produtor de lixo plástico do mundo, atrás apenas de Estados Unidos, China e Índia. Por aqui, pouco mais de 1% desse plástico chega a ser reciclado.

Os responsáveis pelo mapeamento inédito do lixo que poluí os rios e o litoral do Brasil afirmam que o estudo permite a identificação da origem desses resíduos, e o combate direto à poluição.

“São três fontes principais que levam os resíduos sólidos para os mares e oceanos: as áreas de ocupação irregular, o sistema de drenagem das cidades, os canais e os córregos e a própria orla da praia. A ideia é, a partir de agora, levar ações concretas para as cidades brasileiras prevenirem esse lixo no mar”, disse Carlos Silva Filho, diretor-presidente da ABRELPE.

Fonte: Jornal Nacional
Créditos: Jornal Nacional