rompeu acordos de paz

Ofensiva do PCC por supremacia afeta presídios em ao menos 15 Estados, inclusive a Paraíba

Desde o rompimento do PCC com o CV (Comando Vermelho) e outras facções, já foram afetados Amazonas, Roraima, Rondônia, Acre, Pará, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba, Rio de Janeiro e São Paulo. O levantamento foi realizado pelo UOL com base em dados fornecidos por governos e sindicatos de agentes penitenciários.

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O PCC (Primeiro Comando da Capital) está em campanha pela hegemonia no crime organizado. Segundo o MP-SP (Ministério Público de São Paulo), a facção paulista rompeu acordos de paz com outras organizações criminosas e lançou no segundo semestre do ano passado uma ofensiva pelo controle de presídios, tráfico de drogas e armas no Brasil. A ação estaria relacionada a motins, assassinatos e transferências de presos em pelo menos 15 Estados.

Desde o rompimento do PCC com o CV (Comando Vermelho) e outras facções, já foram afetados Amazonas, Roraima, Rondônia, Acre, Pará, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba, Rio de Janeiro e São Paulo. O levantamento foi realizado pelo UOL com base em dados fornecidos por governos e sindicatos de agentes penitenciários.

Roraima, por exemplo, sofreu com duas rebeliões relacionadas a ações do PCC em presídios do Estado. A última ocorreu na sexta-feira (6), na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista (RR), e matou 31 detentos, embora o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, tenha creditado o motivo a um “acerto de contas” entre internos. Na mesma cadeia, dez presos foram assassinados em outubro. Neste sábado (7), mais dois corpos foram encontrados. Eles estavam enterrados na cozinha.

A disputa entre o PCC e a FDN (Família do Norte), facção aliada ao CV, também teria motivado o motim que matou 56 internos no Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), em Manaus (AM), na semana passada.
Para o promotor do MP-SP Lincoln Gakiya, que há anos investiga o PCC, essas rebeliões são capítulos de uma guerra que está apenas no início. “O PCC rompeu acordos que tinha com outras quadrilhas para uma convivência pacífica em presídios e no tráfico de armas e drogas. Desde então, já aconteceram conflitos em vários Estados e a violência pode crescer.”

Na região Nordeste, por outro lado, o PCC está presente de forma maciça, mas como fornecedor de drogas e armas para quadrilhas locais na maioria dos Estados.

Parentes de detentos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, na zona rural de Boa Vista, choram em frente ao IML (Instituto Médico Legal) enquanto aguardam notícias sobre as vítimas do massacre que deixou ao menos 31 mortos nesta sexta-feiraImagem: J. Pavani/Reuters
Separação antes de rebeliões
Antes das rebeliões em presídios do Norte, a disputa entre PCC e outras facções já havia causado transtornos em outros Estados do país. De acordo com João Batista, presidente do Sindspen-MT (Sindicato dos Servidores Penitenciários de Mato Grosso), ainda em agosto, detentos ligados à organização paulista e ao CV tiveram que ser separados para evitar conflitos.

Fonte: Do UOL, em São Paulo e no Rio
Créditos: Gabriela Fujita e Vinicius Konchinski