Quadrilha

Mulheres são usadas como “iscas” para dopar homens e roubar carros de luxo, entenda

Uma quadrilha que usava mulheres como “iscas” para seduzir homens de alto poder aquisitivo, depois drogá-los e roubar seus pertences, pode ter atingido pelo menos 20 pessoas nos últimos dois meses no DF. O grupo também costumava levar carros de luxo das vítimas, de acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).

Um dos modelos roubados, uma Mercedes-Benz, pertencia ao servidor aposentado do Senado Federal que morreu após cair no golpe “Boa noite, Cinderela” no dia 28 de agosto, em um bar na região do Gama.

Investigações da 4ª Delegacia de Polícia (Guará) apontam que as mulheres escolhiam os homens a dedo: preferiam aqueles que tinham carros de luxo e gastavam muito nos bares. “Eram sempre locais movimentados e badalados, com muita música e bebidas alcoólicas”, explicou o chefe da unidade policial, Johnson Kenedy.

Após doparem as vítimas, ainda segundo o delegado, as “iscas” roubavam os veículos, dinheiro, cartões e relógios. Na maioria dos casos, elas ficavam ao lado quando os homens pagavam as contas nos bares e boates. “Olhavam para o teclado das máquinas durante o pagamento e memorizavam as senhas. Após o crime, as suspeitas efetuavam saques bancários com os cartões”, contou o delegado.

Os objetos levados pelas suspeitas, de acordo com a polícia, eram repassados a receptadores. As mulheres circulavam em bares do Guará, Riacho Fundo, Águas Claras, Taguatinga, Gama e até em Águas Lindas de Goiás, no Entorno do DF.

“Em um dos depoimentos, uma delas chegou a contar que saíam quase todas as noites atrás de novas vítimas. Por isso, acreditamos que o número de homens roubados é muito maior que as ocorrências já registradas”, ressaltou Kenedy.

Em liberdade
Das duas mulheres presas pela polícia nessa quarta-feira (12/9), uma já foi posta em liberdade após audiência de custódia na Justiça. Mayra Cristina Ferreira de Oliveira, 27 anos, teve fiança arbitrada em R$ 2 mil. Os familiares desembolsaram o valor. Algumas medidas restritivas foram impostas. A suspeita não poderá, por exemplo, mudar de endereço ou sair da cidade onde mora, Valparaíso.

O mesmo valor – R$ 2 mil – foi estipulado para Iraneide Alves do Rosário, 29. Mas a quantia não havia sido paga até a tarde desta sexta (14).

Outras duas acusadas de fazer parte do esquema ainda permanecem foragidas. Danielly Cristina Freitas, 21, e uma comparsa, que não teve a identidade divulgada pela polícia, são procuradas pelos investigadores. A polícia também está à caça de um homem suspeito de ser o agenciador das mulheres.

Sobre os medicamentos usados pelas suspeitas para dopar os homens, peritos do Instituto de Criminalística da PCDF estão fazendo análises para identificar quais substâncias eram utilizadas nos crimes.

Mayra e Iraneide foram presas em flagrante em Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, onde moravam. Ambas responderão por associação criminosa, roubo com redução de capacidade de defesa da vítima e latrocínio (roubo seguido de morte), conforme informações repassadas pela 4ª DP. No processo que corre na Justiça, não constam advogados para as duas suspeitas.

Fonte: Metrópoles
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