momento doloroso

Mãe cuida de bebê gêmeo morto durante 15 dias: 'Não queria deixar ela ir'

Eu não queria deixá-la ir. Segurei-a perto e senti sua pele ao lado da minha

“Assim que conheci minha filha, Jess, senti uma onda instantânea de amor. Eu não queria deixá-la ir. Segurei-a perto e senti sua pele ao lado da minha. Foi um momento realmente pacífico. Exceto por uma coisa – ela estava morta.”

“Assim que conheci minha filha, Jess, senti uma onda instantânea de amor. Eu não queria deixá-la ir. Segurei-a perto e senti sua pele ao lado da minha. Foi um momento realmente pacífico. Exceto por uma coisa – ela estava morta.”

Assim começa o desabafo de Emma Woodhouse que abriu o jogo sobre a superação após dar à luz um bebê natimorto em relato publicado pelo jornal “The Sun”.

Na 29º semana de gravidez, a britânica, de 27 anos e mãe de outras três crianças, estava grávida de gêmeas quando começou o trabalho de parto prematuro para o nascimento delas.

Enquanto Bella nasceu viva, embora estivesse com algumas complicações, Jess não sobreviveu ao procedimento.

“Assim que conheci minha filha, Jess, senti uma onda instantânea de amor. Eu não queria deixá-la ir. Segurei-a perto e senti sua pele ao lado da minha. Foi um momento realmente pacífico. Exceto por uma coisa – ela estava morta. Jess – que tem uma gêmea idêntica, Bella – nasceu morta 29 semanas depois de uma gravidez de alto risco, por conta de meu útero em forma de coração, que afeta a forma como o bebê fica na gravidez e aumenta o risco de nascimentos prematuros.”

Na narrativa, Emma confessa o processo doloroso para superar a perda, confessando ter passado 15 dias tratando-a como se estivesse viva, levando-a para passear no carrinho e passando cremes em seu corpo.

“Cuidadosamente, eu a vestia e lavava, beijava seu minúsculo corpo, cheirava sua cabeça macia e a levava para passear no carrinho ao redor do hospital e do lado de fora do prédio, e me preocupava pensando se alguém fosse colocar a cabeça no carrinho para vê-la, mas isso não aconteceu. Nós cantávamos para ela, rimas infantis como Old McDonald e Twinkle Twinkle Little Star, e sussurrávamos o quanto a amamos em seu ouvido. Lemos livros infantis também, livros que agora vamos ler para Bella. “Eu te amo tanto”, eu dizia a ela.”

A mãe conta ainda sobre quão forte era relação entre as gêmeas, ainda que Jess estivesse morta, relatando ter visto uma melhora no quadro de Bella – que passou por uma ressuscitação assim que nasceu – ao ser aproximada da irmã.

“No dia seguinte à sua morte, levamos Jess em uma cesta de lã branca para ver sua irmã. Colocando-a cuidadosamente ao lado de Bella em sua incubadora, me senti completa. Eu sonhei com aquele momento por sete meses. Mesmo que Jess estivesse morta, ela ainda era meu bebê e ainda a irmã de Bella. Elas não eram idênticas, mas isso não importava – tinham um laço inquebrável que nem poderia ser cortado na morte.

Naquele estágio eu não conseguia afagar as duas, pois Bella era um emaranhado de fios, alimentando-a e ajudando-a a respirar. Mas, surpreendentemente, quando sua irmã gêmea foi colocada ao seu lado, o ritmo cardíaco anteriormente fraco de Bella aumentou. Era como se ela soubesse que sua irmã estava lá – lutando com ela.”

Após duas semanas processando a realidade, Emma percebeu que era a hora de “dizer adeus”, embora seu desejo, como mãe, fosse ficar com ela “para sempre”.

“Mas, depois de duas semanas, era hora de dizer adeus. O crematório tinha um espaço para funerais e eu sabia que alguns outros pais talvez precisassem do berço especial em breve. Isso tinha me beneficiado muito, e eu não podia negar a outra pessoa a oportunidade. Mas eu não queria deixá-la … Eu poderia ter ficado com ela para sempre.”]

 

 

Fonte: Uol
Créditos: Uol