transição suave?

Governo vê 'ambiente favorável' e se prepara para votar a Previdência

O ministro-chefe da Casa Civil, Elisei Padilha, afirmou que, depois de o Congresso concluir a votação da reforma política, o governo retomará o debate sobre a reforma da Previdência Social e começará a contabilizar os votos para aprová-la na Câmara. Por se tratar de emenda constitucional, são necessários 308 votos em dois turnos.

Na próxima semana, os deputados pretendem finalizar a votação das novas regras eleitorais na Casa.

“Da nossa parte, queremos que os deputados e senadores comecem a discutir já a reforma da Previdência”, disse o ministro. Ele ressaltou que, se não forem aprovadas as novas regras previdenciárias, o déficit fiscal em 2018 poderá atingir R$ 285 bilhões. O montante aprovado pelo Congresso, até agora, é de R$ 159 bilhões.

Segundo ele, se a reforma previdenciária não for feita, em 2024 todo o orçamento federal está comprometido com o pagamento de folha de pessoal, aposentadorias, saúde e educação.

Nos últimos dias, líderes da base no Congresso interpretaram que as novas revelações que podem comprometer a delação da JBS podem fortalecer o presidente a ponto de viabilizar uma reforma ainda neste ano, algo dado até então como muito improvável.

“Acho que nós temos que voltar ao debate e temos que aprovar a reforma da Previdência possível. Acho que dá para este ano. Porque, se não der para este ano, ano que vem é ano de eleição, não haverá votação, e em 2019 um novo presidente já se deparará com uma situação de extrema dificuldade nas contas públicas”, disse o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), ao final de evento de filiação do senador Fernando Bezerra (PE) ao partido.

Ele afirmou que o país quer promover uma “transição suave” e admitiu erros do governo na divulgação das mudanças propostas. “É preciso que haja a completa e verdadeira informação. O que houve no debate anterior foi muita manipulação e equívocos de divulgação do próprio governo. Vamos ver se a gente agora corrige tudo isso”, disse Jucá.

Para Padilha, também é possível a aprovação da reforma até o fim do ano. “Claro que dá, perfeitamente. Nós vamos retomar o debate a partir da semana que vem, tão logo seja votada a reforma política”, disse.  Questionado sobre se o governo ficou fortalecido após os novos áudios da delação da JBS, ele afirmou: “O governo é forte. O governo é o governo”.

Créditos: Valor Econômico