represália

Funcionário da GOL é demitido após ajudar Zé de Abreu no Galeão

Na ocasião, Zé de Abreu foi recebido por uma multidão que se aglomerou no saguão do aeroporto para saudar o ator que, nas últimas semanas, vem protagonizando a sátira política de “autoproclamado presidente do Brasil”

Viralizou nas redes sociais, nesta quarta-feira (13), o relato de um ex-funcionário da GOL que foi demitido da empresa por, segundo ele, ter ajudado Zé de Abreu a carregar suas malas quando o ator desembarcou no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, na última sexta-feira (8).

Na ocasião, Zé de Abreu foi recebido por uma multidão que se aglomerou no saguão do aeroporto para saudar o ator que, nas últimas semanas, vem protagonizando a sátira política de “autoproclamado presidente do Brasil”.

À Fórum, Fernando Mourad relatou que, no dia, não estava em serviço, mas foi ao aeroporto para receber um reembolso. Como soube que no mesmo dia  haveria o ato de recepção ao ator, resolveu ajudá-lo com as bagagens, sabendo que Zé de Abreu, de 72 anos, estava com dores no joelho e cogitava, até mesmo, solicitar uma cadeira de rodas. Mourad, então, usou sua credencial de funcionário para acessar a área de desembarque e levou as malas do ator até que ele se encontrasse com a multidão.

“Como eu tinha acesso e já estava no aeroporto, eu fui. Inclusive, um funcionário da Receita Federal fez o mesmo e tirou uma foto com ele [Zé de Abreu]. Mas com federal eles não mexem, né”, disse o ex-funcionário.

De acordo com Mourad, em dez anos de aeroporto, ele trabalhou em inúmeras companhias e estava há dois anos na GOL. Decidiu, segundo conta, usar sua credencial para ajudar Zé de Abreu pois sabia que aquela era uma prática comum entre funcionários, sendo que ninguém, até hoje, teria sido punido pela atitude.

“Isso é normal, é uma prática cotidiana no aeroporto. Fazemos com parentes, com idosos, quando as pessoas querem ver artistas. Na minha própria empresa teve gente que trocou as credenciais para pegar parentes e ninguém foi punido”, revelou.

À reportagem, o ex-funcionário contou que nesta segunda-feira (12), quando foi ajudar uma cadeirante e três idosas a acessar a área de embarque, passou a credencial mas o acesso não foi liberado. Ele, então, contatou o setor responsável do aeroporto Galeão, que o orientou a procurar a gerência da GOL. A chefia da companhia, então, o demitiu por justa causa pois sua infração seria “gravíssima”.

“Foi como se tivesse feito abuso da credencial para traficar, alguma coisa assim. Como te falei, há pessoas que fizeram situações piores, trocas, e não deu em nada. A única que deu foi com o José de Abreu”, afirmou.

Mourad acredita que sua demissão teve motivação política. “Tem toda uma conjuntura política. Não tinha motivo suspender minha credencial definitivamente por infração gravíssima se eu apenas acompanhei um idoso, que culminou em ser o Zé de Abreu. Foi uma atitude totalmente política”, afirmou.

Em seu Twitter, o ex-funcionário foi além. “O Galeão e seus sócios estão de olho no leilão dos outros aeroportos pelo Brasil. Convém apoiar o desgoverno fascista”, disparou. Ele revelou ainda que a mesma atitude já foi tomada por outros funcionários do aeroporto que, fora de suas atribuições, usaram suas credenciais para acessar o desembarque e tirar fotos com Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral.

Fórum entrou em contato com a GOL para obter um posicionamento oficial da empresa sobre a demissão de Mourad, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. O espaço permanece aberto para esclarecimentos da companhia aérea.

Fonte: Revista Fórum
Créditos: Revista Fórum