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Estudo revela que aspirina pode regenerar dentes cariados

A substância foi usada para estimular células-tronco nos dentes, aumentando o potencial de regeneração

A aspirina é velha conhecida de muita gente. Há mais de 100 anos no mercado, sua ação analgésica, antitérmica e anti-inflamatória é indicada para o alívio de dores de cabeça, nas costas, musculares e de garganta.

Agora, cientistas da Universidade Queen’s, em Beslfast, Reino Unido, descobriram mais uma utilidade para a medicação: tratar a regeneração dental com o uso do ácido acetilsalicílico – comercialmente conhecida como aspirina.

A substância estimulou células-tronco da área cariada, o que aumentou o potencial de reconstituição. Nossos dentes têm uma capacidade limitada de regeneração. Por exemplo, se a polpa é exposta, eles produzem uma fina camada de dentina (abaixo do esmalte), mas, mesmo assim, isso não é capaz de consertar uma grande cavidade.

De acordo com a Associação Odontológica Britânica, 72% dos adolescentes de 15 anos na Irlanda do Norte tinham cáries em 2016. Com o sucesso do tratamento à base de aspirina líquida, os pesquisadores acreditam que o número de obturações (usadas para cobrir os buracos) diminuirão muito.

É claro que o procedimento ainda não está disponível e deve demorar um pouco para chegar ao mercado. O próximo passo é descobrir um método para ministrar aspirina no dente de forma adequada.

“Precisamos aplicar o produto de forma que possa ser liberado durante um longo período de tempo. Se simplesmente colocarmos aspirina em uma cárie hoje, ela será facilmente lavada. Não estamos encorajando esse uso simplório, mas sim o de um produto final para ser usado por um dentista, não um paciente.”, explicou Ikhlas El Karim, professora da Faculdade de Medicina da Queen’s University, para o UOL.

A pesquisadora acredita que o desenvolvimento do tratamento não deve demorar, já que a aspirina é uma droga disponível no mercado. “Não precisaremos de 10 ou 20 anos para fazer testes clínicos. Há imenso potencial para mudarmos a forma como abordamos um dos maiores desafios odontológicos que temos”, acrescentou Ikhlas.

Outro lado positivo do método é a economia para sistemas de saúde pública.

Fonte: Metrópoles