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Em decisão já esperada, Banco Central mantém Taxa Selic em 6,5% ao ano

Na primeira reunião depois das eleições, nesta quarta-feira (31), o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 6,5% ao ano. Foi a quinta manutenção consecutiva. A taxa está no seu menor patamar da história desde março deste ano. 

Na primeira reunião depois das eleições, nesta quarta-feira (31), o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 6,5% ao ano. Foi a quinta manutenção consecutiva. A taxa está no seu menor patamar da história desde março deste ano.

A decisão já era esperada pelos economistas. Ainda que a inflação tenha subido nos últimos meses – a previsão é de que feche o ano em 4,4%, próxima da meta de 4,5% –, a economia ainda está cambaleando.  Para 2019, porém, é esperado um aumento dos juros, motivado pela recuperação da economia. Na média, os analistas do mercado financeiro esperam que a Selic feche o próximo ano em 8%.

Quando a taxa básica de juros estava em dois dígitos, era possível ter alta rentabilidade nos investimentos de renda fixa facilmente. Agora, os investidores precisam se empenhar mais para encontrar bons retornos. A diversificação nunca foi tão importante, especialmente em um momento de expectativa de valorização das ações na Bolsa após a eleição de Jair Bolsonaro.

Com a Selic em 6,50% ao ano, investimentos de renda fixa como poupança, CDBs com taxas pós-fixadas, fundos DI e títulos do Tesouro Selic pagam menos, já que seu rendimento é atrelado à taxa Selic ou à taxa DI, muito próxima da taxa básica de juros. A seguir, veja uma simulação de quanto 5 mil reais rendem na poupança, em um CDB, em um fundo DI ou no Tesouro Selic, em diferentes prazos.

Os cálculos foram feitos por Michael Viriato, coordenador do Laboratório de Finanças do Insper. Na simulação, a taxa básica de juros se mantém em 6,5% ao ano por todo o período do investimento. Os valores da simulação já descontam o Imposto de Renda, cobrado em todas as aplicações, exceto na poupança, que é isenta.

Apesar de a poupança ser livre de Imposto de Renda, as simulações feitas acima mostram que as rentabilidades do CDB, fundo DI e Tesouro Selic ainda são maiores do que a da poupança nos prazos mais longos. Contudo, em prazos menores, de até 18 meses, a rentabilidade da poupança é maior do que a de fundos DI com taxas de 1% ao ano. A caderneta também ganha de CDBs que pagam 90% do CDI no prazo de seis meses.

As alíquotas do Imposto de Renda diminuem conforme o prazo do investimento: 22,5% para resgates em até 180; 20% para resgates de 181 dias a 360 dias, 17,5% para resgates de 361 dias a 720 dias; e 15% para resgates acima de 721 dias. As simulações consideram taxas de administração e de remuneração normalmente praticadas no mercado.

Com a mudança nas regras de classificação dos fundos promovida pela associação de entidades de mercado, os fundos DI deixaram de ter uma denominação própria. Com isso, eles foram incorporados à classe de fundos de renda fixa. As próprias gestoras puderam determinar para qual subcategoria os fundos DI iriam — a maioria foi para “Fundos de Renda Fixa Duração Baixa Soberano” ou “Fundo de Renda Fixa Duração Baixa Grau de Investimento”.

De todo modo, como os fundos que acompanham os juros continuam sendo chamados de fundos DI no mercado, o levantamento também manteve a nomenclatura. O investidor precisa consultar a estratégia de cada produto para checar se, de fato, o fundo acompanha a flutuação do CDI. Quanto ao Tesouro Selic, é preciso considerar que, ao comprar qualquer título público, o investidor paga uma taxa de custódia de 0,3% ao ano para a B3, não importa a corretora escolhida.

Fonte: Exame
Créditos: Júlia Lewgoy