Opinião

EFEITO DEVASTADOR: quem trazia na cabeça o balaio de laranjas jogado do topo da ladeira quando mal começava o governo Bolsonaro? - Por Francisco Airton

Quem trazia na cabeça o balaio de laranjas quando mal começava o governo Bolsonaro? Agora já não interessa saber pois o sujeito desajeitado – não se sabe se pelo peso do carregamento ou por um simples tropeço – acabou por derrubar toda a carga no topo da ladeira e até agora ninguém consegue segurar a mercadoria que desce como uma avalanche levando consigo e derrubando quem se atreve a cruzar o seu caminho!

Foto: montagem / Polêmica Paraíba

Quem trazia na cabeça o balaio de laranjas quando mal começava o governo Bolsonaro? Agora já não interessa saber pois o sujeito desajeitado – não se sabe se pelo peso do carregamento ou por um simples tropeço – acabou por derrubar toda a carga no topo da ladeira e até agora ninguém consegue segurar a mercadoria que desce como uma avalanche levando consigo e derrubando quem se atreve a cruzar o seu caminho!

O escândalo do laranjal do PSL teve, e continua a provocar, um efeito devastador no atual governo, surpreendendo a todos de fora e, até, os mais próximos que apostaram numa proposta salvadora contra os corruptos que destruíam o Brasil. A primeira fruta podre e que estava naquele balaio, vinha do Estado do Pernambuco, cria de Luciano Caldas Bivar, presidente do partido e deputado federal eleito.

A partir daí foi um verdadeiro festival de aberrações proferidas pelos implicados que surgiriam depois! As declarações do Bivar, quando interpelado sobre o assunto, não agradaram em nada as mulheres e ex-candidatas que se sentiram usadas para dar um destino ao dinheiro do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) mais conhecido como fundo eleitoral que é destinado a custear campanhas eleitorais. Na oportunidade Bivar teria dito que “Política não é muito da mulher” ou que ‘Mulher na política enfrenta falta de vocação’, dentre outras!

Como num efeito cascata, foram surgindo as denúncias e aparecendo uma laranja aqui, outra ali, fazendo cair o primeiro ministro do governo, o advogado Gustavo Bebianno Rocha, da Secretaria-Geral da Presidência da República.

O episódio fez estremecer o governo de Bolsonaro e quase rachou a administração! As laranjas mais ameaçadoras se destacaram na outra ponta, já em Minas Gerais e, outro ministro ficou exposto e, na corda bamba continua até agora! Nada menos que outras seis ex-candidatas pelo PSL passaram a acusar o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, presidente do partido naquele estado. De acordo com as candidatas, o partido oferecera dinheiro do fundo de campanha, com o compromisso de que essas usassem um pequeno percentual para suas respectivas campanhas e os valores maiores deveriam ser devolvidos ao partido, causando – segundo as denunciantes – estranheza nas propostas indecentes formuladas. O mais estranho em tudo isso é que as candidatas em questão, além de não obterem sucesso em suas jornadas, tiveram resultados bastante insignificantes para serem brindadas com quantias tão vultosas!

Diante do exposto, vem a pergunta que não quer calar: Por que Bebiano, homem da confiança de Bolsonaro caiu, saindo tão arranhado e desmoralizado pelo próprio presidente a quem (segundo Bebiano) tanto defendeu durante toda a jornada – saiu como mentiroso – e o Marcelo Álvaro se segura até agora? Quantas laranjas mais serão necessárias para a derrubada do segundo no ministério? São incógnitas que talvez venham a ser esclarecidas muito em breve!

Enquanto o país aguarda estupefato por respostas satisfatórias e mais convincentes por parte do governo, apoiadores do novo sistema começam a se incomodar e alguns até a demonstrando insatisfação por se acharem traídos, ameaçam abandonar o barco que ao que parece começa a fazer água!

Se isso é verdade ou não, o fato é que o filósofo, Olavo de Carvalho, guru intelectual do bolsonarismo, atacou militares e disse nesta sexta-feira, em matéria publicada no jornal O Globo, que orientou os próprios alunos a abandonarem os cargos que ocupem no governo do presidente Jair Bolsonaro, do qual ele mesmo é entusiasta.
A orientação, conforme Carvalho explicou em publicações feitas em redes sociais, foi motivada pela impressão de que há “inimigos do presidente e do povo” nos quadros do governo federal.

Para o filósofo, isso deveria ser suficiente para fazer os seguidores dele abandonarem seus postos e pretensões junto à administração pública para focarem apenas na “vida de estudos”. E a sugestão de Olavo já apresentou o primeiro resultado e um dos alunos, Silvio Grimaldo, que trabalha diretamente com o ministro da Educação, Ricardo Vélez. Em seu perfil no Facebook, Grimaldo afirmou que não foi expulso do MEC (Ministério da Educação), onde trabalhava como assessor. Segundo a postagem, ele foi avisado por telefone, durante o carnaval, que perderia suas funções no gabinete e seria transferido para a CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, onde deveria “enxugar gelo e ‘fazer guerra cultural'”. “O cargo era apenas um prêmio de consolação pelos serviços prestados, uma política comum com os que se tornam indesejados no MEC. O mesmo destino fôra dado a outros funcionários ligados ao Olavo (ainda de acordo com Grimaldo, apenas olavetes foram transferidos)!

Pelo que se pode apurar, em matéria publicada na Folha de São Paulo do dia 08 de março, a ordem no Planalto, por sua vez é ‘ignorar’ tuítes do guru ideológico de Bolsonaro, que tem feito críticas a Mourão!
Diante de tudo isso se confirmaria, então, aquela possibilidade que temos colocado em artigos anteriores de que – diante das ameaças a um projeto maior pelos tropeços em que volta e meia se envolve – estaria o próprio presidente Bolsonaro sendo fritado em seu reinado, por forças superiores dentro do governo, que começam por minar o terreno, enfraquecendo aliados, ou não é nada disso e tudo não passaria de uma jogada inteligente do presidente em descartar aliados que já não interessam tanto?

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Francisco Airton