Polêmica

Delegado que fez buscas na casa do filho de Lula é afastado pela polícia

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho, determinou nesta sexta-feira o afastamento do delegado Carlos Renato de Melo Ribeiro, da delegacia de Paulínia, no interior de São Paulo, após operação de busca e apreensão na casa de Marcos Claudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula.

Segundo nota da secretaria, foi determinada a “instauração de procedimento administrativo para apurar em que condições ocorreu a diligência de busca e apreensão realizada ontem (nesta terça-feira), em uma residência no município de Paulínia”.

Ainda de acordo com a nota, a decisão pelo afastamento do delegado do caso foi tomada “para preservação das investigações”.

A operação de busca e apreensão na casa de Marcos Claudio Lula da Silva foi autorizada pela Justiça após trabalho de campana da polícia, que investigava uma denúncia anônima de tráfico de drogas e armas. Apesar disso, nada relacionado a supostos crimes foi encontrado no imóvel.

 

A polícia apreendeu documentos e computadores sob o argumento de possível relação com o crime investigado.

Nesta quarta-feira, no entanto, após um pedido feito pelo advogado de Marcos Claudio, todos os objetos apreendidos foram devolvidos por não apresentarem nenhuma evidência de prática criminosa.

 

Em nota, o advogado Cristiano Zanin Martins, que também defende Lula em casos da Lava-Jato, classificou a ação contra Marcos Claudio como abusiva.

“A busca e apreensão, feita a partir de denúncia anônima e sem base não encontrou no local o porte de qualquer bem ou substância ilícita, o que é suficiente para revelar o caráter abusivo da medida”, afirmou.

O Partido dos Trabalhadores (PT), também por meio de nota, criticou a ação da polícia.

“A operação policial na casa de Marcos Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, a partir de uma suposta e falsa denúncia anônima, foi uma violência que tem de ser explicada por todas as autoridades envolvidas”, escreveu a senadora Gleisi Hoffmann, presidente do partido.

O texto afirma que a medida foi tomada “sem qualquer fundamento real” e que a “perseguição a Lula e sua família não tem limites.”

 
Créditos: O Globo