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Cursos de Engenharia poderão ter currículo mais flexível

A proposta foi elaborada com a ajuda da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Associação Brasileira de Educação em Engenharia (Abenge). Em discussão há mais de um ano, a previsão é que as novas diretrizes sejam aprovadas agora em julho. A última revisão foi feita há 16 anos.

A média de evasão dessa graduação já chega a 22%

O mercado de trabalho amplo e a boa remuneração, mesmo no início da carreira, contribuem para que Engenharia esteja entre os cursos mais concorridos do vestibular. No Brasil, existem mais de 30 tipos diferentes de habilitações nessa área e, em comum, todas possuem uma carga horária bem intensa de disciplinas da Ciência Exata. Apesar da grande procura por essa graduação, a maioria dos estudantes abandona a faculdade antes de se formar. Por conta disso, o Conselho Nacional de Educação (CNE) vai mudar as diretrizes curriculares das graduações de Engenharia no país.

A proposta é tornar os cursos mais atrativos e com maior número de atividades práticas, organização mais flexível e focada em inovação. Segundo a CNE, com os dois primeiros anos dos cursos focados em disciplinas comuns a todas as engenharias, como cálculo e física, o aluno se sente desmotivado. Essa área tem a média de evasão maior do que outros cursos mais tradicionais como Direito (17%) e Licenciatura (19%) – o equivalente a 22%.

A proposta foi elaborada com a ajuda da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Associação Brasileira de Educação em Engenharia (Abenge). Em discussão há mais de um ano, a previsão é que as novas diretrizes sejam aprovadas agora em julho. A última revisão foi feita há 16 anos. As novas mudanças serão válidas para todos os cursos de Engenharia – são mais de 4 mil, sendo 70,5% na rede privada. Se o Ministério da Educação (MEC) aprovar as mudanças, a instituições de ensino superior terão um ano para adequar seus currículos.

Os cursos de Engenharia do Centro Universitário Enic já são focados na inovação e na adequação das demandas do mercado atual. Segundo o coordenador do curso de Engenharia Civil da instituição, José Guerra, indo por esse caminho, gera uma atratividade satisfatória e um diferencial para os estudantes. “No nosso curso não é visto muitos casos de evasão porque decidimos trabalhar dessa forma. Para fazer as modificações corretas é necessário sempre manter uma postura ética e observar que o mercado da construção civil é muito vasto e oferece infinitas possibilidades”, analisou Guerra.

Se a proposta do CNE for aprovada, os cursos podem passar a ter menor duração – quatro anos de duração. Isso já ocorre em alguns países da Europa e nos Estados Unidos.  Hoje, a carga horária mínima é de 3,6 mil horas, ou seja, cinco anos de graduação. As mudanças também não estabelecem carga horária mínima para cada conteúdo ser trabalhado, mas orienta que devem ser implementadas desde o início do curso atividades que unam a parte teórica à prática.

Fonte: Ascom Educa Mais Brasil
Créditos: Bárbara Maria