investigação

CASO AUDI: Filho de diretor de filial da Globo que estuprou adolescente em 2010 atropela 3 pessoas

 

O motorista que conduzia o Audi A3 responsável por causar o primeiro dos dois atropelamentos que ocorreram no final da madrugada de domingo na saída de uma festa, em Jurerê, no Norte da Ilha, foi identificado pela Polícia Civil.

Segundo o boletim de ocorrência (BO) registrado na Polícia Civil, na primeira colisão, o condutor de Audi, com placas de Florianópolis, atropelou três homens: Sérgio Teixeira da Luz, Rafael Machado da Cruz e Edson Mendonça de Oliveira. O veículo foi encontrado abandonado na SC-401, nas proximidades de um motel, no bairro Santo Antônio de Lisboa.


Como foi o acidente

Quatro pessoas foram atropeladas por dois carros na manhã de domingo na rodovia SC-402, que dá acesso ao bairro Jurerê. Segundo a Polícia Militar Rodoviária (PMRv), o acidente ocorreu por volta das 5h30min próximo ao complexo Music Park. As vítimas saíam de uma festa no local quando foram atingidas pelos veículos.

Segundo o boletim de ocorrência (BO) registrado na Polícia Civil, depois do acidente causado pelo Audi A3, onde três pessoas ficaram feridas, outro atropelamento ocorreu no local. Em seguida, Eduardo dos Santos Rios, 25 anos, que conduzia um automóvel SsangYong, atropelou novamente uma das vítimas, Sérgio Teixeira da Luz, e outro homem que prestava socorro, identificado como Maycon Mayer, de 22 anos. O motorista do segundo acidente fugiu do local, mas foi abordado por uma viatura da Polícia Militar na avenida Beira-Mar Norte, próximo ao Hotel Majestic, a 18 quilômetros do acidente.

De acordo com o boletim de ocorrência, foi constatado que o veículo estava com o para-brisa quebrado, danos no farol e no para-choque — onde foi encontrado um pedaço de tecido jeans. O carro de Rios foi recolhido para o pátio da Central de Polícia, no bairro Agronômica.

O condutor apresentava sinais de embriaguez e foi submetido ao teste do bafômetro, que acusou 0,74 miligramas de álcool. O homem foi preso e conduzido para a Polícia Civil. Ele será submetido à audiência de custódia na tarde desta segunda-feira no fórum da Capital.

As vítimas foram encaminhadas para o Hospital Celso Ramos. Sérgio, que foi atropelado duas vezes, está em coma por conta das lesões. A família não quis dar detalhes do estado de saúde dele nesta segunda-feira porque ainda estão muito abalados. Já Edson Mendonça de Oliveira sofreu ferimentos aparentemente leves, mas, embora consciente, não soube dar detalhes do ocorrido, pois relatou que as vítimas foram atropeladas quando estavam de costas para o Audi A3. O estado de saúde das outras vítimas não foi divulgado pelo hospital.

— A prisão está fora do meu alcance. Ultrapassou o prazo do flagrante. O que posso fazer é representar, dependendo do caso, mas cabe ao juiz decretar a prisão — explicou Lima.

O jovem é filho de Sérgio Sirotsky, diretor do Grupo RBS de comunicação em SC, afiliada da TV Globo.

Suposto estupro abafado

Em 2010, aos 14 anos, Sérgio filho e amigos estupraram uma garota de 13 com requintes de crueldade, num caso que foi abafado.

Elio Gaspari contou a história em sua coluna.

O que aconteceu no apartamento do garoto não se sabe com precisão, pois o inquérito policial e o processo correm em segredo de Justiça. Durante a investigação, quem devia preservar o sigilo permitiu que ele vazasse.

A jovem contou em seu depoimento que foi estuprada por um ou dois rapazes, ambos menores. Além do dono do apartamento, denunciou o filho de um delegado. Medicada num hospital, deu queixa à polícia e submeteu-se a um exame de corpo de delito. Nos últimos dez dias, o caso explodiu na internet.

A família Sirotsky publicou um comunicado informando a ocorrência do “lamentável episódio”, lembrando que “confia integralmente nas autoridades policiais”.

Para que se possa confiar mais nessas autoridades, o secretário de Segurança de Santa Catarina deve exonerar o delegado Nivaldo Rodrigues, diretor da Polícia Civil de Florianópolis. Numa entrevista gravada, ele disse o seguinte:

“Eu não posso dizer que houve estupro. Houve conjunção carnal. Houve o ato. Agora, se foi consentido ou não, se foi na marra, ou não, eu não posso fazer esse comentário, porque eu não estava presente”.

Mosquito, blogueiro que denunciou a armação para blindar o rapaz, foi encontrado morto um ano depois.
Créditos: Diário Catarinense