Adolescente faz campanha para tornar tratamento do irmão contra leucemia menos sofrido

Guilherme havia acabado de completar 2 anos, em agosto, quando uma notícia abalou sua família. Aquele menininho doce e alegre teria pela frente uma batalha contra a leucemia. A notícia pegou todos de surpresa e não foi diferente com o irmão mais velho. Para tornar os dias do caçula no hospital menos sofridos, Gabriel Perseguin Dias, de 14 anos, decidiu realizar uma grande mobilização para receber doações de materiais de papelaria, usados pelas crianças para passar o tempo durante o período de internação no Hospital Estadual da Criança, em Vila Valqueire, onde o pequeno se trata.

Gabriel decidiu procurar ajuda com amigos e atletas do clube de natação onde treina. Ele, que já conquistou a medalha de melhor do Rio em nado borboleta pela Federação Aquática do Estado do Rio de Janeiro, garantiu, desta vez, a vitória da solidariedade ao levar mais alegria ao hospital. Ao tomar ciência da situação, o técnico do clube se juntou a Gabriel e iniciou uma grande campanha para arrecadar materiais de papelaria que são usados pelas crianças internadas na unidade estadual. Para o técnico do Marina Barra Clube Rogério Karfunkelstein, a mobilização foi uma maneira ótima de aprender a lidar com problemas:

— Além da ideia de arrecadação de produtos como lápis de cor, massinha, livros e itens de papelaria em geral, propus à equipe um “treino desafio” para que todos pudessem refletir que tudo é a forma como a gente encara o problema, e ali todos estavam voltados para a mesma superação, mostrando à família de Guilherme que estávamos de mãos dadas com eles — destacou o técnico.

Os atletas também assinaram um banner feito especialmente para o pequeno Guilherme, que foi levado pelo técnico ao Hospital Estadual da Criança. Cerca de 250 pessoas participaram da campanha.

A mãe de Guilherme e Gabriel, Shirley de Araújo Perseguin, se emocionou com o carinho e também destacou o cuidado que vem recebendo da equipe médica.

— Os médicos, a equipe de enfermagem, todos se preocupam muito com o paciente, com a mãe, são muito humanos. Eles não escondem a realidade, mas explicam cada processo a ser enfrentado e nos passam a segurança de que estão juntos com a gente. Estou sendo amparada como nunca imaginei e não tenho palavras para expressar o quanto esse acolhimento é importante nessas horas. Aqui encontrei uma família — disse Shirley.

Atualmente, Guilherme tem feito tratamento ambulatorial, o que o obriga a ir ao hospital quase todo dia.

— Estamos esperançosos vendo que Guilherme está respondendo bem ao tratamento. Neste momento, a participação da família é essencial e podemos perceber o quanto essa união faz a diferença para a criança — ressaltou a coordenadora do setor de oncologia do hospital, Patrícia Moura.

Fonte: Extra
Créditos: Extra