virou

A maré de Ruy virou

O presidente do PSDB na Paraíba, ex-deputado federal, Ruy Carneiro, que tenta voltar a Câmara dos deputados nas eleições deste ano, voava até o ano passado em céu de brigadeiro. Mas, a maré virou.

 

O tucano era uma espécie de primeiro-ministro das cidades de Santa Rita e Bayeux, onde botava para dentro, para fora e sua voz tinha tanta força na gestão quanto ou mais que as dos respectivos prefeitos da época, Emerson Panta e Luiz Antônio. Este último caiu, levando consigo todo prestigio e algo mais de Ruy. O segundo, não caiu do cargo, mas caiu em desgraça, com uma gestão reprovada e com uma série de problemas, inclusive salários atrasados.

 

Ruy também tinha atuação juntos ao prefeito de Cabedelo (preso na operação Xeque Mate), com a ex-prefeita de Conde, Tatiana Correia (presa acusada de Lavagem de dinheiro) e ao prefeito de Patos, Dinaldinho (afastado pela Operação Cidade Luz).

Como se não bastasse, a 2ª Vara Criminal da Comarca de João Pessoa acatou a denúncia do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público da Paraíba (Gaeco/MPPB) contra o ex-secretário de Estado do Esporte, Juventude e Lazer da Paraíba, que venha a ser Ruy Carneiro. Outras seis pessoas (quatro delas, empresários), também estão no pacote. Eles são acusados de integrar uma quadrilha especializada em fraudar licitações para desviar dinheiro público e também por lavagem de dinheiro. O esquema teria causado prejuízo ao Erário, estimado em valores atuais, em R$ 2,6 milhões.

 

As irregularidades remontam à celebração de contratos superfaturados com duas empresas, a Desk Móveis Escolares e Produtos Plásticos Ltda e a Delta Produtos e Serviços Ltda, ambas pertencentes ao mesmo grupo familiar.

Em 2009, a Sejel-PB celebrou um contrato (que foi aditivado) no valor de R$ 3,2 milhões com a Desk Móveis Escolares e Produtos Plásticos para a aquisição de 47 mil assentos desportivos que seriam instalados nos estádios Almeidão e Amigão e no Ginásio Ronaldão. De acordo com as investigações do Gaeco, foram detectados fraude licitatória, superfaturamento dos produtos, desvio de dinheiro público, danos ao Erário, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, com um prejuízo estimado, naquele período, em R$ 1,5 milhão (atualmente, o prejuízo seria de R$ 2,6 milhões).

 

O problema levou a Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público da Capital a ajuizar ações civis públicas, entre 2010 e 2013, contra as empresas por superfaturamento de contratos celebrados pela Sejel e também pela UEPB, para a responsabilização civil dos envolvidos. O aprofundamento nas investigações por parte do Gaeco resultou no oferecimento da denúncia, no último mês de julho, que foi aceita pela Justiça no último dia 23 de agosto, para que os envolvidos também respondam na seara penal.

 

A parte ruim da morosidade da Justiça é que as vezes, a demora na conclusão dos processos, faz coincidir com períodos eleitorais. E foi isso que aconteceu com Ruy.

 

Ruy estranha

 

Em nota, o deputado disse estranhar o fato de a denuncia só ser acatada agora, em período eleitoral.

 

Confira a nota:

É função primordial do Ministério Público fiscalizar os agentes governamentais sobre suas condutas, mas me causa estranhamento que a denúncia tenha sido acolhida em período eleitoral, requentando um fato antigo, de 2009.

É importante ressaltar que enquanto fui responsável pela Sejel, todas as contas foram aprovadas e por isso não tenho nada a temer ou esconder.

Com a quebra do sigilo processual, tomarei conhecimento de forma mais aprofundada da denúncia e apresentarei defesa, totalmente consciente de minha inocência, acreditando na Justiça e em minha absolvição.

 

Fonte: Blog do Marcos Weric
Créditos: Marcos Weric