Um dos articuladores da candidatura do senador Vital do Rêgo Filho (PMDB) ao governo, Neto Franca, prefere apenas dizer que a vinda de Michel Temer à Paraíba é para fortalecer a campanha do peemedebista. Claro que essa é uma visão macro da visita, uma visão midiática.
Mas entre os objetivos atrás dessa passagem, de pouco mais de três horas (entre 10 às 14 horas), está o de enquadrar lideranças do partido, filiados, prefeitos e vereadores a se empenhar para alavancar nome de Vital. Mais do que isso, “pressionar” para que todos se afinem com o senador para evitar as possibilidades reais de punições para aqueles que acham que podem usar o partido em causa própria.
Sem dúvida, Temer, apesar de não ser um exemplo de popularidade por essas bandas, é vice-presidente do país; vai disputar a reeleição ao lado da presidenta Dilma (PT) e foi alçado, mais uma vez, à presidência da legenda, uma das mais fortes do país. A intenção, de acordo com Neto Franca, é fazer com que as lideranças, que anunciaram apoio aos adversários de Vital, revejam suas posições. Um dos argumentos será reforçar que a candidatura do senador peemedebista é viável, competitiva não só pelo aval da cúpula do governo federal, mas pelo currículo e influência de Vitalzinho. “O partido passou por truculências e isso gerou incertezas, mas agora, eles estão vendo que tem uma candidatura para valer”, explicou Franca, antecipando o discurso dos caciques peemedebista nas reuniões e entrevistas de hoje.
Para eles, a vinda do vice-presidente da República é o pontapé para colocar os peemedebistas na rua, com a perspectiva de crescer na próximas pesquisas e passar dos nove pontos percentuais. Número que, em média, chegava Veneziano nas análises de intenção de voto. Segundo Franca, essa é uma maneira de mostrar que o PMDB nacional prestigia a Paraíba. Temer e Vital querem chamar o feito a ordem, plantar a semente da confiança e atrair aqueles que fazem jogo duplo: votam em um candidato ao governo do PSB ou PSDB e declaram apoio a José Maranhão (PMDB), candidato ao Senado. De quebra, vem reforçar o discurso de que o PMDB representa o palanque legítimo de Dilma no estado. Na prática, a visita tem uma efeito externo muito pequeno, mas será, sem dúvida, um recado interno, uma demonstração para os peemedebistas traidores e pouco confiáveis que o partido tem dono. O pastor está de olho nas ovelhas.
Dinâmica
A dinâmica da política paraibana está tão surpreendente que é preciso presenciar algumas cenas para acreditar nelas. Foi o que aconteceu, ontem, no Gulliver Mar, na orla da capital.
Gargalhadas
O restaurante foi palco de um longo e animado papo entre o José Maranhão (PMDB) e o vice-prefeito de Campina, Ronaldinho Cunha Lima (PSDB). A conversa, no almoço, foi embalada por muitas gargalhadas.
Estrutura
Com receio de ver Lucélio Cartaxo (PT) dominar a eleição para o Senado na capital, o candidato do PTB, Wilson Santigo, prepara uma estrutura especial de campanha para JP.
Espaço
No interior, Wilson é bom, mas precisa se fortalecer no principal reduto de Cartaxo e onde Maranhão tem boa votação. Vai buscar espaço.
Relator
O juiz federal Rudival Gama do Nascimento será o relator do registro de candidatura do senador Cássio Cunha Lima (PSDB) ao governo. O processo chegou ao gabinete do membro TRE-PB, ontem pela manhã. Entre os pedidos de impugnação, estão o da direção do PSB e o da Procuradoria Regional Eleitoral.
Embasamento
Segundo o advogado Fábio Andrade, da assessoria jurídica de Cássio, o juiz pode realizar audiências de instrução e solicitar provas para embasar o voto.
Perfil
Mas, segundo Fábio, pelo perfil da peça jurídica, isso não deve ser necessário. Depois da decisão dele, o voto será apresentado à Corte. Prazo final, 5 de agosto.
Drible
O deputado estadual Pastor Jutay Meneses, presidente estadual do PRB, apoia Cássio para governador, mas declarou apoio à candidatura de Lucélio Cartaxo (PT) ao Senado. Deu um drible.
Jantar
Esta semana o Jutay estava jantando com num restaurante da orla da capital com ex-secretário de Esportes de JP, Sérgio Meira (PRB), que foi exonerado no início de junho.
Coincidência
A vaga da pasta foi preenchida, esta semana, pelo pastor Edmilson, também do PRB. Ficou “em casa” e o apoio ao irmão do prefeito para senador, segundo Jutay, foi só coincidência.
